viernes, 17 de junio de 2011

Condição de mulher


Estava eu ontem a ler o Expresso online para conhecer mais detalhes sobre o novo Governo Português e vejo um titular que põe: Os piores sítios do mundo para se ser mulher.
Como mulher e mãe de uma menina tive curiosidade em ler o artigo embora já desconfiasse dos países escolhidos.
Em 1º lugar Afeganistão, seguido da República Democrática do Congo, Paquistão e por fim Índia. Os critérios de escolha: violência sexual e não sexual, falta de liberdade, escravatura, tráfico sexual, miséria, casamentos forçados, mutilações,...

mas sabem o que me deixou perplexa de descobrir, que não tinha ideia? O Congo é a capital das violações.
Resolvi procurar mais informação e o que descobri deixou-me horrorizada: 48 violações por hora - dados oficiais (já sabem que não são bem a realidade). Não escapam crianças nem idosas. Há grupos organizados que invadem aldeias e durante 3 ou 4 dias violam as mulheres, matam os homens, roubam as crianças. E ninguém faz nada.

Li vários casos que me deixaram de rastos mas ler o caso da Marie, uma menina de 22 meses - 22 MESES- violada por 6 homens deixou-me vazia e num pranto sem fim. Quem é o ser humano que faz uma barbaridade destas? Posso chamar-lhe ser HUMANO?! Um animal não o faz. É preciso ser uma valente besta para mutilar uma criança desta forma.

A Marie está viva mas tiveram de lhe reconstruir os órgãos genitais e quando for mais crescida vai ter de voltar a ser operada. Filhos é para esquecer. Destruiram-na por dentro.

As violações começaram nos anos 90 e ainda não se entendem bem os motivos que levaram a este fenómeno. Não são só as violações em si (ato repudiado e odiado pela sociedade), é a brutalidade que envolve o ato. As mulheres são violadas por grupos, violadas com baionetas e com armas disparadas contra as vaginas.
É de arrepiar e nem a mente mais emaranhada se lembra do que pode encontrar na internet quando se vasculha este tema.


Não tenho dúvidas que algumas mulhers devem ficar desesperadas quando vêem que deram à luz uma filha.
Fiquei tão sensibilizada que a minha vontade é fazer algo para o evitar. Mas eu sou muito pequena.
Mas posso garantir-vos que se um dia estiver na minha mão evitar que pelo menos 1 menina sofra ou venha a sofrer quando mulher, o farei. E se isso significar que tenho de adoptar uma criança assim será.

E para culminar, a gota que esborda o copo, depois de terem de sofrer violações violentas muitas destas mulheres são abandonadas pela família e pelos maridos. Algumas são raptadas, usadas e mantidas como escravas sexuais e se conseguen sobreviver preferem viver a mendigar que regressar a casa porque não querem que saibam o que lhes aconteceu.


Que sorte eu tenho de ter nascido portuguesa. Que sorte tenho de ser quem sou.
Já o sabia mas cada vez que me deparo com realidades como esta desejo castigar-me pelo tempo que perco em temas futeis da vida.
Eu preocupada com "que sapatos vou comprar", "tenho mais 1 kg ou 2" e ao mesmo tempo isto.
Há crianças que não deveriam nascer: ou porque vão sofrer ou porque vão fazer sofrer.

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