lunes, 20 de agosto de 2007

Novidade fresquinha

Os mais atentos lembram-se com certeza que eu comentei no princípio deste blog que tinha grandes expectativas para este ano de 2007. E tinha razão!
Segundo o ditado popular português: “depois de a Maria casar não lhe faltam maridos”. Tanto tempo demorei eu a encontrar um emprego à minha medida que agora já vou para o meu segundo. É verdade.
Tenho que dizer que não estava nos meus planos mudar tão cedo da Nutra mas surgiu a oportunidade e quando é assim há que agarrar com as duas mãos.
Começo já no próximo dia 27 de Agosto. O novo emprego tem tudo a ver com o que faço actualmente mas será mais técnico que comercial. A empresa é uma multinacional alemã. O escritório está bem no Centro de Madrid o que tem tantos convenientes como inconvenientes; por exemplo, apesar de começar o dia às 9:00h, há tanto transito que mais me vale dormir no escritório. Outro: estando no Centro, ou pago parque (o que me leva metade do ordenado) ou vou de metro (hipótese escolhida).
De qualquer forma, mesmo com todos estes inconvenientes, estou super contente com esta nova etapa e só desejo poder corresponder com o que esperam de mim.
Mais uma vez, prometo manter-vos informados com novidades frescas.
Beijos.

miércoles, 8 de agosto de 2007

Dias 3 e 4






4ª feira: o relógio toca à 1 da manhã. Lá fora está muito frio. Desta vez levámos só o essencial para não pesar. A essa hora a neve está mais dura e a ascensão com grampons é menos penosa e mais segura, porque há menos riscos de escorregar e caír. Temos que parar várias vezes para respirar fundo. O dia vai nascendo enquanto vamos escalando por uma série de cristas de montanha lindíssimas que levam ao Mont blanc. De repente levanta-se um vento forte que se torna cada vez mais inconveniente. Cada segundo que se está parado gela-se.
São 7:20 da manhã, o dia está a nascer e acabámos de pisar o cimo do monte. Estou que não aguento mais; tenho muito frio e só quero regressar e voltar a pisar solo de Chamonix. Foram uns 5 minutos para apreciar as vistas incríveis sobre todo o maciço (impossíveis de reproduzir numa foto ou filmagem) e começar a descer.

A descida até ao refugio do Gouter foi rápida. Nota-se que o ar vai ficando mais rico em oxigénio a cada metro que passa. Apesar ser ainda muito cedo a neve já está mais mole e mais escorregadia, tem que se ter muito cuidado!



Depois de chegar à aguille du Gouter (aprox 4000m), onde tinhamos dormido e abandonado a tenda e todo o material supérfluo à ultima etapa de ascensão, estamos tão cansados que antes de continuar a descer necessitamos um chá quente e muiiiito doce.

Se a subida custou, a descida não se fica atrás.
Não consigo controlar as pernas e estou cheia de medo de cair ao vazio. O melhor que me poderia acontecer se caísse era partir os dentes e não estou para aí virada.



Que desespero. Só me apetece partir tudo e nunca mais voltar a subir outra montanha.
São 14:30 quando finalmente saímos desta horrorosa crista montanhosa. Estamos no refugio do Tête Rousse (3167m). Ainda nos falta muito para descer até chegar a Bellevue (1800m) e apanhar o último teleférico das 18:00h.

16:30h: chegamos ao Nid D Aiguille (2372m). Já não temos hipótese de chegar a Bellvue (1800m) e descer para Chamonix hoje. Vamos comer o que houver para reunir forças para voltar a pôr os pés ao caminho.





São 22:30h quando chegámos ao teleférico. Foram quase 22h sempre a andar hoje. Voltamos a tirar a tenda. Desta vez o piso é uma relvinha fofa. Já não dormia assim há muito tempo.
O primeiro teleférico deveria sair às 7:45 mas devido a uma tempestade eléctrica só saímos às 10h.

Finalmente estamos em casa e vamos tomar um duche quente !!! :)

Missão cumprida!

Dia 2
















3ª feira: acordámos cedo, tomámos o pequeno-almoço, e pés ao caminho. 5:00h depois (13:30h) estávamos a chegar ao refúgio da Aguille du Gouter. Só uma pequena mas importante nota: este percurso é uma verdadeira escalada na vertical de quase 900m e não uma caminhada. Foi a coisa mais horrorosa que fiz durante toda a ida e volta ao pico.

Ainda é cedo mas já não temos forças para mais. Hoje será montar a tenda novamente e descansar.
Estamos a quase 4000m de altitude e já se nota a falta de oxigénio. Essa noite dormimos 3horas.

Dia 1


Chegámos a Chamonix Sábado à noite estourados dos sacos de 20Kg cada mais as mochilas de 8Kg. Foi comer e dormir.
Domingo amanheceu perfeito: sol, sol e sol. Passámos o dia a conhecer a pequena vila que se descobre em três tempos e a planear a subida ao pico. As previsões apontavam 36 horas de tempo favorável para escalar o Mont Blanc e tempestades a partir de 5ª feira. Não haveria muito tempo para aclimatar à altitude.

2ª feira deixámos o refúgio de Chamonix por volta das 9:00h da manhã para apanhar o autocarro até ao teleférico de Bellvue. Normalmente há um comboio de cremalheira que sobe até Nid d Aguille (2372m) mas esse comboio estava desactivado devido a umas pedras que caíram na linha. Este imprevisto somou mais 5:30h ao percurso de subida e descida.

Meu Deus ! como cansa andar com a mochila ás costas! Partindo de Bellevue, depois de 2:40h a andar bem, chegámos ao refugio de Nid d Aguille (2372m) (até onde deveríamos ter ido de comboio). Até ao refugio do tête Rousse (3167m) mais 4h sobre pedras, sempre a subir!

Estou rebentada. O refugio está cheio e querem-nos 24.5 euros por cada um para ficarmos a dormir no chão do refeitório. Estão doidos!

Esta noite ficámos a dormir na tenda numa rocha jeitosa perto do refugio. Não se dormiu mal.

Mitos sobre o Montblanc


Há muitos mitos que se escrevem e se comentam sobre o Mont Blanc. O mais comum é considerar esta montanha um percurso de fácil acesso.
Nós estivemos lá e o que vos posso dizer é que isso, é isso mesmo: nada mais que um mito.

Pode ser um pico muito escalado, mas com uma progressão lenta, que conta com caminhadas sem fim sobre neve gelo e pedras, escaladas quase na vertical bastante técnicas, aclimatação a altitude onde o ar começa a ser rarefeito, etc. O terreno é bastante agressivo, exige muita coordenação e trabalho em equipa.

De seguida vou contar-vos por partes esta pequena grande aventura.