viernes, 22 de febrero de 2008

NINIFE


Todos os que me conhecem sabem o quanto eu gosto de animais e o quanto significam para mim as minhas cadelinhas – Ninife e Drica.

O ano passado fomos aconselhadas pelo veterinário a adiantar o final da vida do Putchi porque o pobre bichinho estava já num estado de saúde que só causaria dor - tanto a ele como a quem tivesse que conviver com ele diariamente. E assim foi.

Ficaram a Drica e a Ninife, duas belas e dedicadas cadelas que todos consideramos parte da família.

Mas hoje recebi uma notícia muito triste: a Ninife morreu.

Já o esperava e muito mais depois de ter estado no passado fim-de-semana em casa e ter podido ver com os meus próprios olhos que a minha fiel Ninife já não era mais aquela cadela alegre que quando me ouvia e sentia desatava a latir e a lamber-me como uma louca.

Fez-me confusão como estava magra e como era pesada a sua respiração. Peguei nela ao colo e fiz-lhe montes de mimos. Chamei-a. A respiração forte que tinha tranquilizou-se um pouco mas não recebi nenhumas boas-vindas como era costume. Deitei-a e cobri-a como se fosse um bebé, só com a cabecita de fora para poder respirar melhor.

Mais tarde tentei que comesse um pouco de arroz com frango. Não quis. Chamei a minha mãe e transmiti-lhe a minha preocupação. Tirámos a Ninife da cama e colocámo-la no pátio para ver se “arrebitava”. Com alguma dificuldade lá caminhou um pouco e fez o seu “pipi”. Mas comer, nada.

Voltei a deitá-la e a cobri-la; assim ficou.

Domingo pela manhã, antes de sair de regresso a Madrid, fui vê-la outra vez. Peguei nela, abracei-a e disse-lhe: vamos lá ver se esta não é a última vez que te vejo, Ninife!
E deixei-a tal como ela gostava de estar.

Quando subi as escadas disse à minha mãe: Acho que a Ninife não vai viver muito tempo.

Esta semana tenho falado todos os dias com a minha mãe e hoje perguntei-lhe: Como está a Ninife? – Faleceu no domingo à noite, respondeu-me.

Estou muito triste e enquanto escrevo estas palavras não consigo parar de chorar. Resolvi publicar no blog este artigo sobre a Ninife porque foi uma cadela que nos deu tudo e que durante 14 anos se dedicou a 100%. Era alegre, divertida, uma grande amiga e uma estupenda guarda de casa.

Aguentou firme todas as investidas do Putchi e soube impor-se à impertinência da Drica.
Sobreviveu a uma operação delicada devida a complicações pós-parto que lhe originaram uma grave anemia quando só tinha 1 ano. Recuperou-se tão depressa que os médicos ficaram abismados.

Em casa adorava estar no sofá e adorava o colo de adultos. Detestava crias (humanas e caninas).


O veterinário disse-nos um dia: esta cadela se fosse uma pessoa era uma lady.