miércoles, 29 de junio de 2011

foto

Tenho aberto vezes sem conta o meu ultimo post. Não consigo deixar de pensar nestas pobres mulheres e crianças.
Quando olho a foto que publiquei, uma foto que encontrei no google escrevendo mulher e Congo em imagens, é como se estivesse a ver-me a mim com a minha Violeta nos braços. Estamos tantas vezes nesta posição. Com a Violeta a tocar-me o peito ou outra parte do corpo na procura da segurança e proteção que esse pequeno toque lhe pode trazer. Como "estás aí mãe?" "Não fujas."
Olho a foto vezes sem conta e só penso em como estará esta mulher e esta menina. Que destino mais cruel o destas pessoas.

viernes, 17 de junio de 2011

Condição de mulher


Estava eu ontem a ler o Expresso online para conhecer mais detalhes sobre o novo Governo Português e vejo um titular que põe: Os piores sítios do mundo para se ser mulher.
Como mulher e mãe de uma menina tive curiosidade em ler o artigo embora já desconfiasse dos países escolhidos.
Em 1º lugar Afeganistão, seguido da República Democrática do Congo, Paquistão e por fim Índia. Os critérios de escolha: violência sexual e não sexual, falta de liberdade, escravatura, tráfico sexual, miséria, casamentos forçados, mutilações,...

mas sabem o que me deixou perplexa de descobrir, que não tinha ideia? O Congo é a capital das violações.
Resolvi procurar mais informação e o que descobri deixou-me horrorizada: 48 violações por hora - dados oficiais (já sabem que não são bem a realidade). Não escapam crianças nem idosas. Há grupos organizados que invadem aldeias e durante 3 ou 4 dias violam as mulheres, matam os homens, roubam as crianças. E ninguém faz nada.

Li vários casos que me deixaram de rastos mas ler o caso da Marie, uma menina de 22 meses - 22 MESES- violada por 6 homens deixou-me vazia e num pranto sem fim. Quem é o ser humano que faz uma barbaridade destas? Posso chamar-lhe ser HUMANO?! Um animal não o faz. É preciso ser uma valente besta para mutilar uma criança desta forma.

A Marie está viva mas tiveram de lhe reconstruir os órgãos genitais e quando for mais crescida vai ter de voltar a ser operada. Filhos é para esquecer. Destruiram-na por dentro.

As violações começaram nos anos 90 e ainda não se entendem bem os motivos que levaram a este fenómeno. Não são só as violações em si (ato repudiado e odiado pela sociedade), é a brutalidade que envolve o ato. As mulheres são violadas por grupos, violadas com baionetas e com armas disparadas contra as vaginas.
É de arrepiar e nem a mente mais emaranhada se lembra do que pode encontrar na internet quando se vasculha este tema.


Não tenho dúvidas que algumas mulhers devem ficar desesperadas quando vêem que deram à luz uma filha.
Fiquei tão sensibilizada que a minha vontade é fazer algo para o evitar. Mas eu sou muito pequena.
Mas posso garantir-vos que se um dia estiver na minha mão evitar que pelo menos 1 menina sofra ou venha a sofrer quando mulher, o farei. E se isso significar que tenho de adoptar uma criança assim será.

E para culminar, a gota que esborda o copo, depois de terem de sofrer violações violentas muitas destas mulheres são abandonadas pela família e pelos maridos. Algumas são raptadas, usadas e mantidas como escravas sexuais e se conseguen sobreviver preferem viver a mendigar que regressar a casa porque não querem que saibam o que lhes aconteceu.


Que sorte eu tenho de ter nascido portuguesa. Que sorte tenho de ser quem sou.
Já o sabia mas cada vez que me deparo com realidades como esta desejo castigar-me pelo tempo que perco em temas futeis da vida.
Eu preocupada com "que sapatos vou comprar", "tenho mais 1 kg ou 2" e ao mesmo tempo isto.
Há crianças que não deveriam nascer: ou porque vão sofrer ou porque vão fazer sofrer.

martes, 14 de junio de 2011

ainda bem

que não terminei de escrever no meu blog.
Desde Janeiro de 2007 que escrevo neste espaço as minhas aventuras e desventuras. Já tive momentos (muitos) que pensei serem os últimos mas ainda bem que continuei. Hoje tenho me divertido a reler os posts anteriores e acho imensa graça. Imaginenm quando passarem 20 anos...

lojas on-line

Bem,

Já que tenho muitos amigos que gostam de ler o meu email, resolvi deixar escrito algumas moradas de lojas on-line de coisas giras para os miúdos que vão nascer e principalmente para os que já cá estão como a minha Violetinha. Eu já fiz algumas muitas comprinhas em algumas destas lojinhas:

http://www.smallable.com/
http://www.moimoimoi.co.uk/
http://www.orfeodesign.com/
http://www.littlefashiongallery.com/
http://www.babydelistore.com/
www.carteblanche.fr
www.melijoe.com
www.childrensalon.com
www.pirouettecacahouete.com
www.kidslovedesign.com

e muitas outras que prometo publicar.
Não se esqueçam caras leitoras da nossa sempre útil pagina ebay, onde podem encontrar coisas muito interessantes.

Boas compras e beijocas a todas.

jueves, 9 de junio de 2011

Nova raquetada

Hoje estou contente. Recebi uma mensagem da minha amiga Carla. Ela lê o meu blog todos os días. E leu o meu post de ontem. Disse-me que estou enganada.

Fico muito contente.
Infelizmente o blog não me indica quem o lê e consulta. Se não deixarem uma mensagem ou mo dizerem, eu não tenho forma de o saber.
Há tanto tempo que espero pelo regresso da bola de ping-pong que já estava a pensar que se tinha perdido. Chegou hoje e já pude esticar o braço e dar-lhe uma nova raquetada.

Beijocas Carla

miércoles, 8 de junio de 2011

Amizades perdidas

Hoje estou um pouco melancólica. Isto passa comigo não muitas vezes mas mais do que devia passar. Talvez eu esteja em estado de melancolia permanente mas escondido. Renegado. Que por vezes, zumba, aparece. Mostra-se; faz-se sentir. Por pouco tempo apenas mas o suficiente para me levar lá ao fundo.
Não sou uma pessoa forte. Sou uma cobarde. No meu caso há uma tendência para condundir a minha cobardia com uma fortaleza que eu não tenho. Uso um escudo protector e os outros pensam que eu sou "à prova de balas" ou bombas. Mas não sou. O meu escudo é feito de cartão canelado grosso. Aguenta umas quantas pancadas mas acaba por dobrar. Está cheio de emendas. Não sei quanto tempo vai aguentar mais.
Não me posso queixar. Às pessoas vistas como "fortes" não lhes é permitido queixarem-se. Temos de estar sempre de pé. Mas eu não sou uma pessoa forte. Sou uma cobarde vestida de forte. Podias ter-te vestido de frágil Sílvia. Sim podia, mas não me serviu esse fato. A cor não dizia bem com o meu cabelo e com os meus olhos.

Lembro-me bem quando no infantário as minhas queridas "amigas" diziam: "-Hoje não vamos brincar com a Silvia." E eu passava o dia a brincar com o meu fiel amigo Pedro Miguel enquanto as meninas faziam de conta que eu não estava na sala.
Fui uma criança muito sensível e muito desenvolvida intelectualmente. A estupidez e violência da minha professora de primária atrofiaram o meu gosto pela escola. Vivi 4 anos de medo. Cada dia que tinha de me levantar era um dia de sufrimento. Quando fui finalmente para a C+S foi como se nascesse de novo. 2 anos de felicidade absoluta. Chorei baba e ranho quando a minha mãe me disse que ia ter de mudar de escola. Teve de ser. Fui para o Porto. Bem longe naquela altura. Ninguém ia para o Porto aos 11 anos estudar. Eu fui. Mas dei-me bem. Conheci excelentes pessoas. Mais 2 anos de felicidade. Quando eu sou feliz sou invencível.
Os meus colegas do C+S não me voltaram a falar. Uma pena.
Ao fim de 2 anos no Garcia, tive de voltar a sair. A mudar de escola. Outro sufrimento. Quase morri. Devia ter morrido. Talvez assim pudesse ter continuado. Lá fui eu para o Lumen. Terrivel. 1ano só que aguentei. Hoje acho que não foi tão mau. O que vinha foi muito pior.
Colégio Nossa Senhora do Rosário: o melhor colégio do Porto. A pior escola onde alguma vez estive. Aqui conheci a verdadeira maldade juveníl. A maior estupidez humana. Como é que pessoas de "bem" podem ser tão parvas. A melhor sociedade portuense está podre e cheira mal.
Não tenho boas recordações destes 3 anos.
Aos 18 chega a maior idade. E a liberdade.
É bio, é bio, é Biotecnologia!
Tenho pela frente 5 anos de curso e uma turma que AMO. Sou quase independente. Tenho uma semanada gorda, um carro para conduzir que é uma maquina e um namorado. Sou feliz e isso nota-se na minha pele. Já visto a cores; deixei o preto e branco.
Como me engano. A minha felicidade tem a sombra do meu passado à espreita.
1º, 2º e 3º anos óptimos. Aprovados com nota excelente. Vida social e privada acima do que alguma vez esperei. Grupo de amizades que considero verdadeiras irmãs. O que é que eu não faço pelas minhas amigas. Uma delas em particular é a amiga, companheira, confidente, que eu nunca tive.
4º ano: o pior ano da minha vida. Perdi neste ano um braço e uma perna. Nunca mais me senti a mesma pessoa. Depois de 1999 a minha personalidade, a minha forma de ver as pessoas e as amizades nunca mais foram as mesmas.
Quando deixei de falar com a Carla - quando ela deixou de falar comigo, o mundo caiu na minha cabeça.
Porquê que as minha queridas amigas só sabem responder e não sabem perguntar?
Ainda hoje não entendo se o que eu tenho é azar, carma ou genético. Será que não tenho a sorte de conhecer pessoas que me cuidem como eu as cuido? Que saibam retribuir e não só receber?
Em 1999 passei de ser uma amiga a ser uma persona no grata. E porquê? Os amigos são para tudo: bom mau. Não há ninguém que só saiba rir e ser super. Todos choramos e temos mau humor. Todos menos eu. A mim não me foi permitido expressar o meu lado menos bom. O meu lado rebelde. Fi-lo e paguei com a indiferença e a má língua daqueles em que eu confiava. Tive de tragar muitos sapos, muitos espinhos. Tive de voltar a aprender a estar só e a não ter amigos. Tinha conhecidos. Pessoas que ainda hoje conheço mas que não são amigos de verdade.

Mas será que alguma vez estas amigas foram mesmo minhas amigas?
Vejam como este episódio me marcou tão profundamente que hoje, 12 anos depois ainda me doi quando penso.
Eu fui muito amiga da Carla. Tentei várias vezes redimir-me do meu momento de mau feitio. A Carla nunca foi minha amiga. Hoje consigo vê-lo claramente. Os amigos de verdade entendem quando uma pessoa explode e diz e faz coisas estranhas. Porque todo o mundo o faz. Por acaso a minha mãe deixa de ser minha mãe e de gostar de mim porque eu me portei mal? Ou eu deixo de gostar dela e de a sentir igual só porque me deu uma sapatada (merecida ou não)?
E o resto do pessoal? Alguém alguma vez me perguntou: "Que te passa?" "Porquê que estás com esse mau feitio?"
Não. Nunca o fizeram.

Quero pôr um ponto final nesta história mas não consigo. Tento várias vezes abrir capítulos novos que não desenvolvem. É como um diálogo em que só um é que fala, escuta e vê.
Vêem como sou uma cobarde? Uma pessoa de coragem já o tinha feito em 1999.

Hoje estou melancólica. Amanhã já estarei bem outra vez.